Por Tiago Augustini (Harden) – TX
Desde o início do mês não há outro senão o assunto; Lula irá à Curitiba prestar depoimento a Moro, contudo, não presta ao papel desse Ócios o simples ato de distribuir mais informações quanto apenas a esse assunto vago e de pouca profundidade, isso é papel da mídia da Terra de Santa Cruz. Resta a nós aferirmos a mobilização social quanto ao depoimento de um Ex Presidente na famosa Operação Lava Jato e os impactos que a ação do judiciário está causando nos filhos desta Pindorama.
Não há outra forma nesta pós modernidade de analisar a opinião social senão por meio das mídias sociais, e principalmente através do Facebook. Tempos outros aos dos cidadãos gregos em que deliberavam em sua Ágora fervilhante e atulhada de ideias, mas também daqueles que eram pouco quistos entre os filosófos; os Sofistas. A principal acusação era que recebiam moeda para que defendessem determinadas ideias, ensino de dialética, retórica e debates – através dos embates de ideias na Ágora e em Assembleia. Os Sofistas não necessariamente eram estudiosos dos temas a que debatiam, ou seja, venciam os debates por meio do convencimento de sua portentosa oratória, pois. Os usuários do Facebook tupiniquim, portanto, são os novos sofistas ao analisarem e opinarem sobre Lula frente a frente a Moro? Ora, mas claro que não, são os que compram o labor sofista.
Os brasileiros não estão acostumados ao debate, em conversa sempre rentosa e recheada de surpresas com o amigo Friedrich em nossa toda poderosa FDRP, proferiu: “é um debate de surdos, não há ganhos intelectuais e argumentativos dos dois extremos, é apenas uma exposição de pontos de vista díspares” – e isso em mídias sociais é o caos. A balburdia eletrônica difere-se desse debate in persona pela excessiva utilização dos sites de busca que utilizam para sustentar algum argumento que não conhecem ou que é usado contra um “meme”, ou argumento com a profundidade de uma colher de sopa – que Sócrates tenha piedade das almas sofistas eletrônicas.
Atentos a isso, caros Leitores, é chegado o momento de analisarmos como esses nossos compatriotas reagiram nas redes sobre a crescente ideia judiciária da política, ou política judiciária aplicada pelos proprietários da toga – política judiciária pelo fato de que membros do Ministério Público e do Judiciário buscam nas redes apoio popular para a manutenção de suas investigações e julgamentos, mas tais membros não necessitam de apoio do povo, mesmo por que seus respectivos cargos são vitalícios e adquiridos via concurso público, o que há de democrático nisso? Resta saber se buscam apoio às investigações e julgamentos ou para serem assunto no JN. O clamor dessa grande massa popular tornou cada detentor de conta no Facebook especialista em Direito Constitucional com PhD em Ciência Política aplicada, com isso aqueles que utilizavam a rede para desligar do universo atribulado têm sua paz vilipendiada – há quem preferia as mensagens das “tias”: “já arrumou uma namorada, seu brejeiro, traquinas”, a esse falso conhecimento dos neosofistas praticantes da chamada politicalha. Para dar autoridade a tal argumento ler-emos-ei o que diz o patrono do Direito no Brasil: “Política e politicalha não se confundem, não se parecem, não se relacionam uma com a outra. Antes se negam, se excluem, se repulsam mutuamente. A política é a arte de gerir o Estado, segundo princípios definidos, regras morais, leis escritas, ou tradições respeitáveis. A politicalha é a indústria de explorar a benefício de interesses pessoais. Constitui política uma função, ou com conjunto das funções do organismo nacional: é o exercício normal das forças de uma nação consciente e senhora de si mesma. A politicalha, pelo contrario, é o envenenamento crônico dos povos negligentes e viciosos pela contaminação de parasitas inexoráveis. A política é a higiene dos países moralmente sadios. A polticalha, a malária dos povos de moralidade estragada”.