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Corrida ao Rio Branco: em quem NÃO votar

Por Lucca Vinha (Jejum) – TX

As últimas semanas foram bastante turbulentas na política da Califórnia Brasileira. Iniciamos a campanha eleitoral com o maior número de pleiteantes ao Palácio Rio Branco da história. Algo natural e resultado direto da minirreforma eleitoral de 2017 que instituiu o fim das coligações proporcionais e a cláusula de barreira, obrigando partidos nanicos a lutarem para construir uma base para 2022, ou aceitar ficar sem acesso ao fundo partidário e propaganda eleitoral gratuita.

Das 14 candidaturas originais, restaram apenas 10. Ricardo Silva, vice colocado nas eleições de 2016 e líder absoluto em todas as pesquisas anteriores ao início da campanha, desistiu da disputa para se dedicar ao seu recém empossado cargo de deputado federal (em vaga amaldiçoada, aliás). Lincoln Fernandes, após convenção partidária, desistiu da candidatura alegando não ter conseguido montar uma coligação e não ter tido tempo hábil para montar um projeto para um eventual governo. Rodrigo Junqueira, candidato do PSL, teve sua candidatura indeferida (o partido indicou o vice na chapa de Cris Bezerra do MDB). O último desistente é João Gandini, vítima de uma manobra de Baleia Rossi, que sacrificou a – forte – candidatura do ex juiz para cortejar um possível apoio do PSDB à sua futura candidatura como presidente da Câmara dos Deputados.

As pesquisas indicavam três candidaturas fortes para essas eleições: Silva, Gandini e Nogueira. Com dois estando fora, esperava-se que Nogueira tivesse um caminho tranquilo para a reeleição. Aqui é importante salientar que pelo menos uma das desistências ocorreu com o único objetivo de fortalecer a candidatura de Nogueira.

Contudo, a péssima administração tucana (pleonasmo) e o consequente gigantesco nível de rejeição, fez com que os votos dessas desistências se pulverizassem entre outras candidaturas. E a que até o momento mais se beneficiou delas é a da legenda Patriota com seu candidato Fernando Chiarelli.

Nogueira e Chiarelli. Ambos ex-deputados federais, naturais de Ribeirão Preto, apoiadores do governo Bolsonaro e, principalmente, sem qualquer projeto para a cidade. No caso do atual Prefeito, o projeto é a antítese de uma prefeitura municipal, logo, o desmonte. Já Chiarelli esconde sua completa ausência de propostas atrás de um forte e exaltado discurso anticorrupção. Qualquer um deles nada mais seria que mais uma catastrófica administração ribeirão-pretana. Lideram a última pesquisa IBOPE com 26% e 17% respectivamente.

Os terceiros colocados na disputa, com 6%, são o Coronel Usai, do PRTB – legenda do vice-presidente Hamilton Mourão e de Levy Fidelix – e a ex-reitora da USP e secretaria de educação do Nogueira, Suely Vilela, pelo PSB (a PM nos campi é obra dela).

Ainda seguindo a ordem da última pesquisa IBOPE na cidade, temos o promotor aposentado e professor universitário Antônio Alberto Machado, pelo PT; Mauro Inácio, pelo PSOL; Cris Bezerra, pelo MDB; Emilson Roveri, da Rede; GB33, do PMN e Vanderley Caixe, pelo PCdoB. Todos nesse grupo tem menos de 5% e os últimos três candidatos citados sequer pontuaram.

Esse não é um texto em que irei defender candidato x ou y. Quem me conhece ou acompanha minimamente essa coluna já sabe meu posicionamento. Esse é um texto em que irei dizer claramente em quem não votar.

Não votem em candidatos que apoiam Bolsonaro. Não votem em candidatos que apoiam João Dória. Não votem em candidatos que só têm a oferecer discurso anticorrupção e antissistema. Lembrem-se de que foi assim que Bolsonaro se elegeu.

Duarte Nogueira, Fernando Chiarelli, Sueli Vilela, Coronel Usai, Cris Bezerra e GB33 são tudo que nossa cidade não precisa. O mesmo vale para os candidatos à vereança dos partidos desses candidatos e coligações.

E, assim como a maioria das pessoas que lê essa coluna conhece quem a escreve, eu conheço quem a lê. Não preciso dizer para a bolha uspiana não votar em nenhum desses candidatos. Isso já não vai acontecer. Mas preciso dizer que, com o mesmo afinco que lutamos contra a eleição de Bolsonaro em 2018, precisamos lutar agora. Cada prefeitura que tirarmos da sua base de apoio, cada cadeira de vereador que colocarmos alguém da oposição, significa um enfraquecimento de sua influência, sua estrutura e, consequentemente, de seu governo.

Precisamos tomar as ruas, as praças, o Facebook, o Instagram, o WhatsApp e até o TikTok. Derrotar a direita em Ribeirão é enfraquecer o desmanchismo de Dória. É combater o fascismo de Bolsonaro. É fazer aquilo que todos nos comprometemos no momento em que perdemos em 2018: resistir.

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2 comentários em “Corrida ao Rio Branco: em quem NÃO votar

  1. Esse artigo é leviano e desonesto por conta de seus comentários aos políticos do PSB, partido ao qual sou filiado, na herança de um Miguel Arrais ou de um Ariano Suassuna, cujas memórias merecem respeito. A vaga de Ricardo Silva no Congresso Nacional como deputado não é amaldiçoada, mas pelo contrário, abençoada. Já a professora Suely Vilela foi uma reitora da USP de brilhante gestão, fundou unidades (aqui em Ribeirão Preto a FDRP-USP e a EEFERP-USP, entre outras), beneficiou enormemente alunos, professores e funcionários com a melhoria nas condições de estudo e trabalho, bem como focou no bem estar social de toda a comunidade. Essa notícia da “PM” na USP é mentirosa e canalha, pois nada houve de diferente em sua gestão que ofendesse a constituição, bem como o estatuto da USP ou promovesse algo de novo na atuação da PM. USP e PM são instituições públicas que merecem respeito. Sou testemunha da condição democrática, participativa e acima de tudo promovendo o livre pensamento, e a liberdade na pesquisa, no ensino e na extensão da Profa. Suely Vilela enquanto reitora. Meu voto à prefeitura será em sua candidatura agora porque tenho plena ciência de sua competência e dignidade.

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  2. Defender SV aqui e PSB é que é leviano, vamos combinar. Sinceramente, será que estes seres acreditam mesmo no que dizem? Não é possível que não vejam o que está a acontecer e o que já ocorreu. SV foi o que teve de pior na SME da cidade e nunca fez gestão brilhante, mas autoritária e covarde. Manda bater em professor, a exemplo dos comparsas e cúmplices do PSDB lixo.

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